Após sete anos de mercado e mais de 80 milhões de unidades vendidas com o Playstation 3, a Sony entra na oitava geração de consoles com oPlaystation 4. Por US$400, a promessa da empresa é de entregar um videogame que foque muito mais nos games e em alguns recursos multimídia do que qualquer outra função extra, como as funções de entretenimento, por exemplo, embora estes ainda façam parte da proposta geral da plataforma.

O console é tecnologicamente poderoso, apresenta uma interface refinada, vem com um controle DualShock 4, permite a edição e o compartilhamento de vídeos na internet e abusa do potencial do Playstation Vita para jogatina remota. Mas como nem tudo são flores, o PS4 também sofre com a falta de jogos iniciais que justifiquem a sua compra, não tem retrocompatibilidade com games das plataformas anteriores e, no Brasil, custa caríssimos e abusivos R$4 mil.

Leia a análise do videogame, abaixo.

 

 


EMBALAGEM 

 

A caixa do Playstation 4 traz, além do console, o controle DualShock 4, manuais com diversas instruções básicas, um cabo USB com saída micro USB, um cabo de força, um cabo HDMI e um fone de ouvido mono com aptador de áudio embutido. Só aqui, já há pelo menos duas diferenças em relação ao lançamento do PS3, pois este não trazia nem o cabo para alta definição e nenhum acessório extra para comunicação entre os usuários da Playstation Network.

Levando em conta que a fabricante precisa oferecer acessórios que permitam ao usuário aproveitar o máximo possível da plataforma logo no lançamento, a Sony não fez mais do que a obrigação ao disponibilizar ambos na caixa. Então, a atitude não é algo exatamente a se elogiar, mas a de se exigir como consumidor. E convenhamos que, hoje em dia, cabos do tipo HDMI e fone de ouvido com captura de áudio são tão populares e baratos que não devem nem ter feito cócegas na receita da empresa para colocá-los inclusos na embalagem. 

 

 


ESPECIFICAÇÕES 

 

Dimensões: 27,5 cm x 5,3 cm x 30,5 cm
Peso: 2,8 kg
Processador: AMD Jaguar x86, com oito núcleos e baixo consumo
GPU: 1.84 TFLOPS, AMD Radeon Graphics Core Next engine
Memória: GDDR5 8GB
HD: 500GB
Leitor: Blu-Ray (6x) e DVD (8x)
Entradas: Três portas USB 3.0 e uma auxiliar para acessórios
Comunicação: Ethernet, IEEE 802.11 b/g/n e Bluetooth
Vídeo/Áudio: HDMI e saída digital óptica

 

 

DESIGN E CONEXÕES

 

Duas características no design do Playstation 4 chamam a atenção logo de cara: as dimensões e a leve inclinação das partes dianteira e traseira do console. O videogame mede 27,5cm de largura, 5,3cm de altura e 30,5cm de comprimento, medidas bastante compactas para um aparelho que reúne componentes tecnológicos poderosos, uma fonte interna e três extensas ventoinhas para dissipação de calor. O peso do sistema é de 2,8kg, número que reforça a mágica que a Sony fez para incluir componentes de hardware de última geração, fonte interna e um eficiente sistema de ventilação. 

Visualmente, o aparelho é bonito e elegante, principalmente pelas linhas inclinadas que acompanham o design das suas extremidades. Ao mesmo tempo, consegue ser bastante discreto e consideravelmente conservador, pois não tem detalhes exagerados que chamem mais a atenção do que o próprio videogame e não ousa com inovações no design geral. A cor preta ocupa absolutamente toda a superfície do aparelho, que apresenta variações nas texturas do material que compõe a carcaça, sendo que a maior parte dela é fosca e o restante lisa e reflexiva. 

Nesta, está gravado, em relevo e em prata, o símbolo original da marca Playstation. Ou seja, diferente do que aconteceu nas plataformas anteriores, a Sony não inventou um logo oficial para apresentar o PS4. Além disso, uma fina barra OLED de luz, quase imperceptível, corta o aparelho da frente à traseira, que brilha em azul quando o console está na ativa e vermelho quando está em modo de espera (stand-by). A luminosidade felizmente não é algo exagerado e serve mais como extra para tirar a monotonia do design do aparelho e para identificá-lo em abientes escuros. Essa mesma barra, inclusive, é clicável na parte dianteira, podendo ligar e desligar o console e ejetar os discos de dentro dele.   

  

  

  

O PlayStation 4 possui um pequeno vão central de cerca de 1cm de altura e de profundidade que se estende por todas as laterais do console e o divide em duas metades interconectadas. Na parte dianteira dele, dentro deste pequeno espaço, estão a entrada para os discos Blu-ray ou DVD e duas entradas USB 3.0. Nas laterais esquerda e direita, também dentro deste mesmo vão, estão pequenas ventoinhas que ajudam a dissipar o calor interno gerado pelos componentes do hardware, que até esquenta consideravelmente, mas não chega a ter uma temperatura que possa danificá-lo ou impedir o seu pleno funcionamento.

  

  

Na porção traseira, estão quatro grades extensas que expulsam a maior parte do calor gerado dentro do console. E a maior parte das conexões também estão localizadas ali. São elas: Digital Optical, HDMI, LAN e AUX. A primeira serve para gerar imagem e som ópticos digitais; a segunda, gerar imagem em alta definição com resolução máxima de 1080p; a terceira, conectar um cabo de rede de internet (ainda que haja suporte a internet sem fio) e, a última, para conectar acessórios, como a câmera do videogame - vendida separadamente e que não será detalhada nesta análise. 

 

 


INTERFACE

 

Esqueça a simplória, desempolgante e às vezes confusa - ainda que funcional - XMB (XrossMediaBar) do PS3. A interface do menu principal do Playstation 4, chamada Playstation Dymanic Menu (PDM), é bonita ao mesclar alguns tons de azul, simples acesso a todas as funções e navegação ágil e intuitiva. Praticamente tudo está disponível numa única tela principal e não apresenta complicações de várias camadas para fazer o jogador perder tempo com coisas inúteis. O único ponto fraco aqui é a melodia monótona, desmotivante e introspectiva que acompanha a navegação.

 



 

Tudo está dividido basicamente em apenas duas barras horizontais. A superior é a principal delas e contém as funções primordiais do console. Abaixo, você confere quais são elas e as suas respectivas descrições e funções.

Playstation Store: Com a possibilidade de comprar jogos e outros conteúdos digitais, resgatar códigos e visualizar e baixar as novidades da Playstation Plus, é exatamente a mesma loja que você acessa no Playstation 3, no PSP e no PS Vita. A diferença é que o acesso a ela é absurdamente mais rápido e os conteúdos são totalmente direcionados ao PS4.  

  

  

  

Notificações: Área que resume as suas atividades no uso do Playstation 4. Pode ser destravamento de troféus, mensagens particulares, pedidos de amigos e compras realizadas na PS Store. Também é possível ver o andamento dos seus uploads e de downloads, sendo que para este último impossível pausá-los e continuar num momento posterior, mas apenas excluí-los definitivamente ou deixá-los terminar sem interrupções. 

Amigos: Mostra a sua lista de amigos. Pode ser organizada em ordem alfabética ou pelos que estão online ou offline. É aqui também que você buscar por outros contatos, seja pela ID usada na PSN ou por nome do jogador ou ver os outros contatos já bloqueados por você . Não permite muitas opões de organização e, o menos legal, não aparece um simples aviso na tela de que um amigo fica online ou offline na rede. Algo bastante estranho de acontecer, já que tanto o PS3 quanto o PS Vita já fazem isso sem problema algum.   

  

  

Mensagens: Mostra as últimas trocas de mensagens enviadas ou recebidas para/de outros usuários da PSN. Pode ser por texto ou por voz. Sempre se pode reler as mais antigas, desde que não tenham sido excluídas, assim como também é possível criar grupos para enviar uma mesma mensagem a vários jogadores. 

Party: É a principal inovação em relação ao PS3 no campo de mensagens e conversas por voz: é o cross-game chat, sendo possível conversar com outros amigos em qualquer hora, mesmo que todos os participantes do grupo estejam cada um em um jogo diferente. E facilita bastante quando se vai montar os grupos para jogar um mesmo jogo, pois todos são levados juntos direto aos menus das jogatinas online.

Perfil: É o local onde permite editar e visualizar as configurações do seu perfil da PSN. Também é possível mudar as configurações de privacidade, algo que permite ou restringe publicações das suas atividades e das suas informações para os seus contatos ou desconhecidos na rede. Além disso, deixa que você veja o que já capturou e publicou com o botão Share do controle DualShock 4, podendo revê-los, (re) editá-los e (re) publicá-los.

  

Troféus: Traz detalhes sobre os seus troféus destravados nos jogos, o que inclui quantidade total e separados por bronze, prata, ouro, platina, seu nível atual e porcentagem alcançada dentro do mesmo nível. Também verá o resumo dos troféus adquiridos com uma mesma conta usada em outros sistemas (PS3 e PS Vita), comparar troféus com seus amigos e, a melhor inovação aqui, ver a porcentagem de raridade para todas as conquistas liberadas numa comparação com todos os outros usuários da PSN. As partes chatas: ainda é obrigatório sincronizar os troféus manualmente através desta aba, demora alguns segundos extras irritantes para que o menu de troféus se atualize e não permite ordenar as conquistas por grau de dificuldade ou data conquistada.

  

 

Configurações: Dá acesso a opções extras de configurações não só do console, mas de outros dispositivos, acessórios, áudio, vídeo, internet, data/hora, selecionar idiomas, atualizações, gerenciamento de dados de jogos, como arquivos de instalação e de saves. Também traz um guia de usuário, controle parental e definição de logins, caso o usuário queira restringir o acesso a certos conteúdos ou definir uma senha para impedir o acesso automático à sua conta. 

  

Energia: Simplesmente permite fazer lougout do PS4 para trocas de usuários, deixar o aparelho em modo de espera (gasta menos energia e pode ligá-lo mais rapidamente) ou deligá-lo.

Já a barra inferior, menos importante, é a que resume as suas últimas atividades de jogos, aplicativos musicais e de entretenimento e permite assistir a partidas online transmitidas por outros usuários do console. Abaixo, você confere o resumo de cada das funções.

Novidades: Localizada sempre na extrema esquerda, mostra as suas últimas atividades - e a dos seus amigos - em jogos, fases completadas, troféus desbloqueados, novas amizades feitas, compras realizadas e promoções disponíveis na PS Store. O problema desta aba é que todas as atividades aparecem desordenadamente em blocos de tamanhos diferentes e não é possível organizá-las em diferentes categorias. A página fica bem poluída, ainda que sirva ao propósito de ser informativa.

  

Jogos e Aplicativos: Quando se inicia algum jogo ou aplicativo, o símbolo em miniatura dele aparece em destaque na barra. O mais recente deles usado sempre fica à mais esquerda, próximo à Novidades. Consequentemente, o mais antigo usado fica mais à direita. Serve mais como uma forma de localização para saber o que foi usado recentemente, sem a necessidade de vasculhar opções extras ou menus complicados. Não é possível alterar a ordem ou organizar por categorias.

Navegador de internet: É o browser para navegação de internet do console. Traz maior mobilidade e menos complicações que a versão para PS3, mas ainda assim é bastante problemática, lenta e costuma dar erros inexplicáveis que insistem em pedir por instalações de plug-ins que o próprio sistema se recusa a instalar. Em outras palavras, dependendo da página visitada, navegação e acesso aos conteúdos é inviável e, algumas vezes, simplesmente impossível. São necessárias reformulações urgentes nesta parte.

  

Ao Vivo Playstation: É possível assistir ao vivo e dá acesso a todos os conteúdos transmitidos por outros usuários do PS4. Não tem qualquer relação com os seus amigos. É de rápido acesso e permite separar os conteúdos por Ao Vivo, Interativo e pelos canais Twitch e UStream. É possível interagir com os geradores dos vídeos através da troca de mensagens instantâneas. 

  

TV e Vídeo: É o local onde você pode baixar e acessa os aplicativos de multimídia, entre eles o Netflix, Hulu Plus, Amazon Instant Video, IGN, NBA Game Center, entre outros. As opções não são muitas e nem muito variadas, mas é válido lembrar que este também não é o foco do PS4, segundo a Sony. A empresa garante que mais apps serão disponibilizados ao longo do ciclo do console. 

 

Biblioteca: Mostra e armazena quais conteúdos digitais você adquiriu na Playstation Store, podendo ser entre jogos, expansões, demonstrações e aplicativos de multimídia. Serve mais como rápido acesso aos conteúdos já baixados por você e 

 

The Playroom: Aplicativo de entretenimento que serve para mostrar as principais funções do DualShock 4 em trabalho conjunto com a Playstation Camera. É obrigatório ter este acessório, vendido separadamente por US$ 60, para usar esta função. Não foi possível realizar testes com este aplicativo porque não adquirimos a câmera separadamente. E Playstation Eye (câmera do PS3) não é retrocompatível; portanto, não chegamos a testá-lo.   

 

 

JOYSTICK - DualShock 4

 

A quarta versão da linha DualShock dos controles do Playstation é a que passou pela maior reformulação em quase 20 anos de existência da marca. A começar pelo peso, o joystick é leve e traz uma pegada bastante confortável. Você realmente se sente no comando do videogame. Nas dimensões, as manilhas onde se segura o controle foram alongadas, sendo que cada uma delas é revestida na parte traseira por um material rugoso que ajuda na aderência das mãos e evita escorregamentos inesperados, caso as mãos do jogador suem muito. A parte frontal delas é de plástico comum e apenas segue a cor padrão do joystick, todo em preto e com design elegante e ao mesmo tempo discreto.

O direcional digital praticamente não foi tocado, diferenciando-se apenas no design na extremidade interna de cada direção. Os botões continuam os padrões já conhecidos: quadrado, x, círculo, triângulo, R1, R2, L1, L2 e botão PS. A diferença agora está na reformulação dos gatilhos (R2 e L2), que ganharam não só um design diferenciado, mas também possuem uma leve curvatura para cima, que dá boa estabilidade aos dedos e evita que eles escorreguem para fora da área de pressão. Essas características melhoraram, em muito, a estabilidade, precisão e resposta dos comandos em jogos de corrida e de tiro em primeira pessoa. Já os dois analógicos também estão diferentes: possuem dimensões muito semelhantes a do controle do PS3, mas trazem concavidades nas partes superiores que ajudam a segurar os dedos nas alavancas.

  

  

  

Outras três novidades são a presença de um touchpad no centro do controle, que pode ser pressionado como se fosse um botão extra e usado em algumas funções durantes os jogos ou como cursor durante a navegação pela rede. Também não existem mais os botões Start/Select, que foram substituídos pelo botão Options (menus de pause e opções extras) e expandidos pelo botão Share, que permite o compartilhamento de conteúdos gravados pelo PS4 nas redes sociais. Além disso, ainda tem um pequeno alto falante na frente, que emite efeitos sonoros que complementam a jogatina, uma entrada para encaixar o headset mono que vem na caixa e uma luminária na parte superior que brilha de diferentes cores, dependendo dos jogos testados, servindo como reconhecedor de diferentes jogadores e também como sensor de movimentos (Playstation Move embutido).  

  

No geral, o acabamento do DualShock 4 é muito bom e passa a impressão que possui uma longevidade confiável e que dure todo o ciclo de existência do PS4 sem se desfazer. Só que, em pouco mais de 15 dias de testes, sendo que na maioria desses dias não usamos o console e o controle por mais de duas horas em cada um deles, a borracha que reveste o analógico esquerdo sofreu um pequeno rasgo na parte superior, indicando uma certa fragilidade do material usado nele. E levando em conta que em momento algum o deixamos cair ou o roçamos contra outras superfícies além dos dedos, algo desse tipo é inaceitável de acontecer, sobretudo pelo pouquíssimo tempo de uso e cuidados que tomamos. 

  

  

Também existe uma outra incomodação aqui: a posição dos botões Option e Share faz com que ambos fiquem muito próximos ao touchpad, ocasionando constantes erros de aperto. Por exemplo: supondo que você queira apenas dar um tempo na jogatina (pause) ou verificar funções extras na interface do console, é possível que aperte o touchpad erroneamente algumas vezes. O que potencializa a chance de erros é o tamanho muito pequeno desses botões, que não são sentidos com muita clareza pelo jogador enquanto este estiver olhando apenas para a tela. É quase sempre obrigatório olhar com atenção para o controle para ter certeza do que se está apertando. E isso é uma falha bastante considerável em um videogame que também promete facilitar e agilizar a interação do usuário com jogos, aplicativos e com o compartilhamento de conteúdos na internet.    

 

 

 

COMPARTILHAMENTO 

 

Uma das grandes novidades apresentadas pela Sony desde o anúncio do Playstation 4 é o sistema de compartilhamento de conteúdos nas redes sociais. Isso tudo é feito facilmente através do botão Share do controle que, uma vez pressionado, interrompe tudo o que você estava fazendo e faz brotar três opções na três opções: 1) fazer upload de videoclipe (vídeo), 2) fazer upload de captura (foto/screenshot) e 3) transmitir partida.

  

O console automaticamente grava os últimos 15 minutos da jogatina, mas todo esse conteúdo gravado não fica armazenado no console, poupando espaço precioso nos 500GB do disco rígido. Assim, basta selecionar o tempo de início e de término do vídeo, recortar esta porção, dar um nome, fazer um comentário de identificação e, então, fazer o upload do vídeo ao Facebook, cuja conta de usuário deve estar associada ao seu usuário no videogame. Já as fotos podem ser subidas tanto ao Facebook ou ao Twitter, e seguem o mesmo padrão de publicação. Todo esse processo é ágil e em nenhum momento se mostrou trabalhoso ou complicado demais para entender em ambos os casos, bastando apenas alguns cliques para começar a se exibir nas redes sociais.

Para transmitir partidas ao vivo diretamente do console, é necessária uma conta no Twitch ou no Ustream e fazer a respectiva associação de usuários. Quando o processo for finalizado, é possível fazer transmissões automaticamente e começar a interagir com os espectadores que aparecerem em forma de texto (digitação pelo controle) ou áudio (usando o headset). Essa função é muito legal e incorpora bem a integração com redes online que a Sony havia prometido anteriormente. Mas tem dois poréns: não é possível inserir áudios gravados após a finalização da edição dos vídeos (apenas durante as gravações usando o headset) e, no momento, o YouTube está indisponível. A fabricante, contudo, afirmou a integração com a maior rede online de vídeos do mundo irá acontecer em breve, possivelmente em 2014, após a liberação de uma futura atualização do sistema.

 

 

JOGOS

 

Ao todo, 26 jogos estão disponíveis no lançamento do Playstation 4. Entre os exclusivos, os destaques são "Killzone: Shadow Fall", "Knack" e "Resogun". Nos multiplataforma, os mais indicados são "Battlefield 4", "Assassin's Creed IV: Black Flag", "FIFA 14", "Need for Speed: Rivals", "Call of Duty: Ghosts", "Just Dance 2014" e "LEGO: Marvel Super Heroes". Já nos free-to-play, "Warframe", "Blacklight Retribution" e "DC Universe Online" comandam. A lista completa dos primeiros jogos do console pode ser vista aqui.

Um novo videogame precisa de jogos de peso que apresentem o seu potencial e possam justificar o alto investimento para comprá-la. Levando em conta que o aparelho custa R$ 4 mil no Brasil (US$ 400 nos Estados Unidos), o jogo que mais próximo chega dessa meta é "Killzone: Shadow Fall", que tem gráficos lindíssimos e cenários com detalhes bem ricos, mas não traz praticamente nenhuma novidade ao cansado gênero FPS. "Knack" até diverte, mas traz ideias manjadas na jogabilidade e não aproveita os recursos gráficos da plataforma. "Resogun", um típico jogo de navinha com efeitos de luzes incríveis, não tem cacife para ser o jogo definitivo da plataforma - talvez a surpresa mais agradável.

 



 

Não deveria acontecer assim, mas são os multiplataforma que realmente mais se destacam: "Battlefield 4", "Assassin's Creed IV: Black Flag", "FIFA 14" e "NFSpeed: Rivals" são, por enquanto, as referências máximas na plataforma nos gêneros tiro em primeira pessoa, aventura, esporte e corrida, respectivamente. E os outros jogos gratuitos servem mais para experimentar as novidades e se familiarizar com as mecânicas free-to-play nos games, que cada vez ganham mais adeptos a cada mês. No consenso geral, há jogos para vários tipos de gostos, mas não todos. É bom considerar que ainda vai levar um tempo razoável até que o PS4 tenha uma variedade de jogos excelentes que justifiquem totalmente a sua compra.

Além disso, retrocompatibilidade com os jogos dos consoles anteriores da linha Playstation faz falta aqui. Levando em conta que o PS4 traz leitores de Blu-ray e DVD, seria uma jogada interessante poder usar os discos de Playstation 3 e de Playstation 2 na plataforma. É claro que isso encareceria o produto, pelo fato da empresa ter que incluir os processadores Cell (PS3) e Emotion Engine (PS2) no novo videogame, mas traria uma vantagem, pelo menos, mais de 8 mil jogos, em teoria, já compatíveis com o PS4. A Playstation Store, inclusive, poderia trazer as versões digitais desses mesmos games para download, dando acesso aos jogos já baixados nas antigas plataformas, inclusive os do Playstation original. Algo desse tipo deve surgir apenas no ano que vem, quando a Sony pretende instituir o sistema Gaikai de distribuição e stream de jogos pela nuvem.

 

 

MULTIMÍDIA

 

Exatamente como anunciado pela Sony, as funções multimídia não são o foco do Playstation 4. Sendo assim, 12 aplicativos de entretenimento tentam suprir o interesse dos jogadores que querem algum conteúdo a mais no videogame que vá além de apenas games. São eles: Netflix, Hulu Plus, Amazon Instant Video, Crunchyroll, NBA Showtime, Epix, NHL Gamecenter, Vudu, Crackle, YuppTV, Redbox Instant e IGN. Alguns não funcionam no Brasil, mas quem gosta de alugar filmes online, ver partidas, placares e estatísticas dos jogos da principal liga mundial de basquete e assistir a animes, estará bem servido.

 



 

A Sony também disponibiliza no videogame os serviços próprios de multimídia, chamados Video Unlimited e Music Unlimited. O primeiro, um serviço de distribuição online de filmes e programas televisivos ; o segundo, uma rede de distribuição online de álbuns, músicas e trilhas sonoras. Ambos os serviços estão disponíveis gratuitamente pelos primeiros 30 dias de uso do console. Após esse prazo, apenas os que tiverem conta na PSN brasileira poderão usá-los através de um plano de assinaturas, ainda que haja menos conteúdos em comparação às outras regiões. Quem tiver conta na PSN de outra região (americana, canadense, europeias e asiáticas) terá acesso bloqueado aos conteúdos por restrição de IP.

Além disso, o videogame roda mídias Blu-Ray e DVD para filmes e músicas, mas o primeiro não tem suporte à exibição em 3D (jogos sim, embora não haja nenhum título de lançamento compatível). Também não existe suporte ao formato CD ou arquivos MP3; portanto, a única forma de ouvir música (inclusive durante a jogatina) no PS4, é pelo Music Unlimited, desde que o usuário siga as condições acima. A Sony até estuda planos para instituir essas compatibilidades num futuro próximo, mas não dá garantias de que isso vá realmente acontecer. Quem sabe em uma futura atualização do sistema, assim como aconteceu com o PS3, há cerca de dois anos, que traz suporte a todas essas funções.

 

 

REMOTE PLAY

 

Uma das funções mais inovadores do Playstation 4 é a possibilidade fazer streaming de jogos do novo console para o Playstation Vita. Para isso acontecer, ambos os aparelhos devem estar logados na Playstation Network com a mesma conta de usuário e na mesma conexão de internet. Na ocasião, usamos a rede interna do Adrenaline e tudo funcionou perfeitamente. Com exceção de raros problemas na própria conexão da internet, a comunicação entre os dois sistemas é excelente, surpreendendo pela facilidade e rapidez de acesso ao console pelo portátil, pelo controle de todas as suas funções e pelo desempenho das jogatinas, todas muito fluidas e sem atrasos.

Os jogos testados na redação foram "Killzone: Shadow Fall", "Assassin' Creed IV" e "Resogun" e, tudo o que acontece na tela do portátil também acontece na tela da TV (ou monitor) onde o PS4 está originalmente conectado. Obviamente, o visual deste jogos tem perdas de qualidade e, mesmo que alguns deles rodem em 1080p e 60 quadros por segundo, a transmissão reduz ambas as configurações para caber no potencial máximo gerado pelo portátil, ou seja, 960x544p e 30fps. Ainda assim, o resultado é bastante satisfatório, impressiona pela tecnologia empregada e pela agilidade no trabalho conjunto entre os dois videogames.    

O PS Vita também funciona como touch pad e como segunda tela, para jogos que permitem este tipo de função. No primeiro, serve para acessar as funções mais básicas do console, como navegação pela interface, acesso a menus e compras na Playstation Store, podendo também assumir a função de keyboard, para digitação bem mais simplificada e rápida no navegador próprio do sistema ou em conversas com outros suários. No segundo, pode servir de acesso imediato a mapas, menus secundários ou opções extras nos games, sem precisar parar as partidas para acessá-los.  

 



 

Contudo, dois problemas apareceram durante os testes. 1) Diferente do prometido pela Sony, não conseguimos usar o Remote Play à distância, fora de uma mesma rede de internet. Ou seja, não foi possível usar o recurso na sua função mais interessante: a de poder jogar o Playstation 4 sem precisar realmente estar usando-o no local onde está instalado. Existem vários vídeos no YouTube que mostram que isso é possível. Mas não foi o nosso caso, infelizmente. 2) Com a readaptação de jogos do PS4 no portátil, alguns ganham novas configurações na jogabilidade, gerando confusões nos comandos e nos botões. Além disso, o tamanho da letra de informações e de legendas fica muito pequeno, às vezes impossibilitando a leitura das mesmas. Não acontece sempre e depende muito do jogo, mas atrapalha quando menos se espera.  

 

 

CONCLUSÃO

 

Console tecnologicamente mais poderoso já lançado, o Playstation 4 capricha muito no design elegante, é bastante compacto, leve, tem uma interface de fácil e ágil navegação e, após reformulações urgentes muito bem-vindas, apresenta o melhor modelo do DualShock lançado até hoje. Além disso, o compartilhamento de conteúdos nas redes sociais, de jogatina remota dos games do videogame pelo Playstation Vita e de transmissão online de partida são recursos bem interessantes e que prometem estar entre as atrações mais populares do aparelho.

Só que dois poréns gravíssimos o afastam definitivamente de ser o videogame ideal da oitava geração: seu preço de R$ 4 mil é absurdamente inviável no Brasil e, pelo menos por enquanto, não existem jogos marcantes o suficiente que justifiquem totalmente a sua compra. Por ora, a menos que você tenha a oportunidade de trazê-lo do  exterior, é mais do que recomendado esperar um pouco mais, não só pela chegada de mais lançamentos de peso, mas também por possíveis revisões no hardware (algo tradicionalmente feito em todos os videogames da Sony) e, cruzando os dedos, um corte no preço nacional do console.    

 

 

 

 

 

 

 

AVALIAÇÃO:

Design

9.5

Tecnologias

9.0

Usabilidade

9.5

Controle

9.5

Jogos

7.5

Preço

1.0

Nota final

NOTA ADRENALINE

7.7

Sony PlayStation 4

GAMESPLAYSTATION

COMPRAR ESTE PRODUTO
PRÓS
  • Design muito elegante e com dimensões bem compactas
  • Interface de fácil adaptação e navegação (mas precisa de alguns ajustes)
  • DualShock 4 é o melhor controle da linha Playstation
  • Integração com redes sociais e compartilhamento de conteúdos é bastante simples e ágil
  • Remote Play com o Playstation Vita em rede local é incrível
  • Todos os usuários registrados no console utilizam os jogos comprados livremente
  • Instalação e inicialização rápidas
CONTRAS
  • Preço absurdo no Brasil (R$4 mil, contra US$400 nos EUA)
  • Falta de jogos que justifiquem totalmente o investimento
  • Sem retrocompatibilidade com os sistemas anteriores
  • Não tem suporte a Blu-ray 3D, CD, MP3 e não suporta HD externo (permite trocar o HD interno)
  • Headset mono incluso na caixa está longe de ser bom (mas "dá pro gasto")